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Assassinato de gari: polícia apura se houve omissão de esposa delegada

  • bitencourtludy
  • 20 de ago.
  • 3 min de leitura
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Ana Paula Lamego Balbino Nogueira é casada com o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, preso pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes

Imagem: Reprodução


A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais investiga a conduta da delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, mulher do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes. Renê disse que usou a arma dela para cometer o crime.


O que aconteceu

Renê admitiu que usou uma pistola calibre .380 para matar Laudemir. A arma, que é de uso pessoal de Ana Paula, foi apreendida pela polícia e anexada aos autos do inquérito.


Empresário afirma que foi a primeira vez que usou o armamento da esposa. No depoimento, ele também disse que a mulher não tinha conhecimento do crime.


Corregedoria da Polícia Civil instaurou procedimento administrativo esclarecer como as armas registradas no nome de Ana Paula estavam armazenadas. Será apurado se os armamentos estavam em local de fácil acesso ao marido ou mesmo a terceiros com acesso ao apartamento do casal.


Órgão também investiga se houve omissão de cautela e prevaricação por parte da delegada. A omissão refere-se à falta de cuidado na guarda de armas de fogo. A prevaricação é prevista quando um funcionário público retarda, omite ou pratica indevidamente um ato em prol de interesses pessoais.


Polícia afirma não haver indícios até o momento de que Ana Paula teve participação na morte do gari. De acordo com a Corregedoria, a delegada só pode vir a ser indiciada se ficar "demonstrado qualquer tipo de responsabilidade" dela no caso, como, por exemplo, autorizar que o marido a usar o equipamento, apesar de ele não ter permissão para porte de arma de fogo.


Diante das circunstâncias, a Corregedoria-Geral da instituição instaurou um procedimento disciplinar e inquérito policial para apurar, com rigor e transparência, todos os elementos relacionados à eventual conduta de uma delegada que possui vínculo pessoal com o suspeito detido.

Corregedoria da PCMG em nota


Ana Paula segue no exercício do cargo como delegada. Ela deletou perfil que mantinha no Instagram e ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto. O UOL não conseguiu localizar a defesa dela. O espaço segue aberto para manifestação.


MP pede bloqueio de bens

Ministério Público de Minas Gerais pediu o bloqueio de R$ 3 milhões em bens de Renê e Ana Paula. A promotoria quer usar o valor para indenizar a família de Laudemir de Souza Fernandes, que foi morto pelo empresário enquanto trabalhava.


MP afirma que bloqueio é importante para evitar desvios do patrimônio do casal. De acordo com o órgão, a repercussão do caso pode levar Renê e Ana Paula a adotar a prática, "lesando o interesse legítimo dos familiares da vítima" em serem indenizados.


Mulher do suspeito também é alvo do bloqueio por ser dona da arma do crime. Nesta condição, a delegada "responde solidariamente pelo caso", alegou o a promotoria.


Relembre o caso

Renê da Silva Nogueira Junior confessou que matou Laudemir de Souza Fernandes após discussão de trânsito. Laudemir estava em horário de trabalho quando Renê passou pela rua onde ele e outros garis faziam a coleta do lixo, segundo a PM.


Empresário teria se incomodado com o espaço que o caminhão de lixo ocupava e exigiu que a motorista liberasse a via para que ele passasse com seu veículo. Renê teria ameaçado "atirar na cara" da motorista do caminhão de lixo, segundo testemunhas relataram à Polícia Civil. Laudemir e outros garis saíram em defesa da colega de trabalho, quando o motorista pegou a arma e atingiu a vítima na região torácica. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas morreu.


Ele fugiu do local do crime e foi preso enquanto treinava em uma academia de alto padrão. A prisão ocorreu horas depois do crime, no bairro Estoril, área nobre da capital mineira.


Delegado diz que Renê seguiu com rotina após o crime para evitar formar provas contra ele e ocultar que havia assassinado Laudemir. Evandro Radaelli, responsável pelo caso, comentou ao UOL News as imagens de câmeras de segurança que mostraram o empresário no trabalho e em casa após o crime.


Radaelli afirmou que Renê será indiciado por homicídio qualificado com dois agravantes: motivo fútil e uso de recursos que impediram a defesa da vítima.



FONTE: uol.com.br

 
 
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