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Herança milionária: dono de uma das maiores empresas de cadeiras do mundo acusa filhos de fraude na sucessão

  • bitencourtludy
  • 25 de ago.
  • 3 min de leitura
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A disputa pelo patrimônio de uma das cinco maiores fabricantes de cadeiras de escritório do planeta — Foto: Reprodução/Fantástico


Com uma fortuna construída no Brasil após chegar da Itália aos 18 anos, sem dinheiro no bolso, o empresário Ernesto Iannoni, de 89 anos, vive hoje uma guerra judicial contra os próprios filhos. Ele acusa os herdeiros de uma fraude milionária na sucessão de uma de suas empresas, a Flexform, uma das cinco maiores fabricantes de cadeiras de escritório do mundo.


A disputa, que se arrasta há mais de uma década, já foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.


O conflito familiar começou em 2010, quando Ernesto se aposentou e passou o controle da Flexform Indústria Metalúrgica Ltda. aos filhos, Marco e Pascoal. Pelo acordo, ele deveria receber 25% do valor da companhia, que seria avaliada posteriormente. Foi justamente o resultado dessa avaliação que deu início à briga.


Segundo a defesa de Ernesto, a empresa valia, na época, cerca de R$ 200 milhões, o que lhe garantiria o direito a R$ 50 milhões. No entanto, o empresário alega ter recebido apenas R$ 16 milhões. A divergência nos valores o levou a entrar na Justiça em 2013, acusando os filhos de terem manipulado os números para pagá-lo menos do que o devido.


Fraude e subvalorização

O advogado de Ernesto Iannoni, Rafael Carneiro, afirma que a ação foi motivada pela descoberta de que os filhos teriam fraudado a contabilidade para subvalorizar a empresa. "O que moveu o senhor Ernesto a processar os filhos foi ter descoberto que os filhos fraudaram a contabilidade da empresa para subvalorizá-la e pagar menos do que lhe era devido", disse Carneiro.


Recentemente, a Polícia Civil de São Paulo concluiu um novo laudo que reforça as suspeitas. A perícia aponta "escrituração irregular" de aproximadamente R$ 70 milhões e indica que outra empresa pode ter sido usada para ocultar bens. Para a defesa, o laudo criminal reconhece o uso de "empresas de fachada, notas fiscais frias, e omissão de patrimônio".


O que dizem os filhos

Procurados pela reportagem, Marco e Pascoal Iannoni não quiseram gravar entrevista. Em nota, eles lamentaram a continuidade da disputa, que "apenas gera sofrimento a todos os envolvidos". Afirmaram que o pai já moveu 22 processos sobre os mesmos fatos nos últimos 14 anos, e que 20 deles foram julgados improcedentes. Para os filhos, o novo inquérito é mais uma tentativa de reabrir uma discussão já encerrada pelo Judiciário.



A troca de acusações se estende para a vida pessoal. Os filhos afirmam que o pai chegou a pedir exames de DNA "em quatro ocasiões distintas" quando já eram adultos, o que consideram "um duro golpe para a família". Em 2019, eles tentaram interditar Ernesto na Justiça, mas laudos médicos atestaram que o empresário segue lúcido e com autonomia para administrar seus negócios.


Para Ernesto, essa foi a maior ferida. "Tudo machucou. Mas o que mais machucou é o processo de interdição. Isso não machucou; isso acabou comigo", desabafou. Hoje, ele vive isolado em seu haras de luxo em Capão Bonito (SP), onde cria 70 cavalos puro-sangue lusitano.


A última vez que viu os filhos e os seis netos foi em 2017, na missa de sétimo dia de sua ex-mulher. "Nem me telefonaram mais", contou. Questionado sobre a origem do conflito, ele atribui à riqueza. "É a facilidade do dinheiro, é não saber o que precisa pra ganhar esse dinheiro, é nunca ter trabalhado duro".



FONTE:g1.com.br

 
 
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