Influenciador Hytalo Santos é preso em São Paulo

Hytalo Santos foi preso em São Paulo nesta sexta-feira, 15

Foto: Reprodução

Ele é investigado por explorar e sexualizar crianças e adolescentes para produzir conteúdos na internet

O influenciador Hytalo Santos foi preso preventivamente nesta sexta-feira, 15, em São Paulo, junto com o marido, Israel Nata Vicente. Ele é alvo de investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e Ministério Público do Trabalho (MPT) por explorar e sexualizar crianças e adolescentes para produzir conteúdos na internet. Hytalo e o marido vão responder pelos crimes de tráfico humano e exploração infantil.

O caso ganhou repercussão após Hytalo ser denunciado em um vídeo do youtuber Felca sobre "adultização", prática que é caracterizada pela sexualização de menores de idade para a monetização dos conteúdos publicados.

O mandado de prisão foi expedido pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba, pelo juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, e cumprido pelo Polícia Civil por meio da DEIC em São Paulo, onde o influenciador estava acompanhado do marido, Israel Nata Vicente.

A ação foi realizada em conjunto com o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Civil do Estado da Paraíba, por meio da UNINTEPOL e da DECC, o CIBERLAB – Laboratório de Operações Cibernéticas da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (DIOPI) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), e a Polícia Rodoviária Federal.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, 14, Hytalo se manifestou negando ser culpado, repudiando as acusações, e disse que estava em São Paulo há um mês, ficando à disposição das autoridades para esclarecimentos.

Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos

Foto: Reprodução

"Reafirmo minha integridade e indignação diante de falsas acusações. Não aceitarei que minha imagem e meu trabalho sejam manchados por narrativas infundadas, e seguirei defendendo, com firmeza, a verdade e os valores que sempre nortearam minha vida. Todos os esclarecimentos necessários à Justiça serão prestados nos autos do processo”, disse.

Busca e apreensão

Na quarta-feira, 13, foi cumprido um mandado de busca e apreensão no endereço de Hytalo, em um condomínio de alto padrão em João Pessoa, na Paraíba. No local, a Polícia Militar e agentes do Ministério Público da Paraíba (MPPB) não encontraram ninguém, e portas da casa estavam trancadas, e eletrodomésticos estavam funcionando.

Segundo a TV Globo, pessoas teriam saído da casa momentos antes da chegada da polícia, levando equipamentos.

A Justiça apreendeu um computador e celulares na casa de Hytalo em João Pessoa nesta quinta-feira, 14, após a expedição de um novo mandado de busca e apreensão. Desta vez, o juiz autorizou o arrombamento das portas, caso o acesso fosse impedido. 

Nesta semana, foi pedida a suspensão das redes sociais do influenciador, além da desmonetização dos conteúdos com menores de idade, para evitar que eles continuassem gerando retorno financeiro. Os perfis nas redes sociais de Hytalo foram deletados pelas plataformas.

Hytalo também foi proibido de manter contato com as vítimas, os adolescentes citados nos processos de investigação, e que apareciam em vídeos de conteúdo sexual.

Pais e responsáveis foram coniventes

A Justiça da Paraíba afirma que os pais e responsáveis dos adolescentes que apareciam em vídeos do influenciador Hytalo Santos eram coniventes com as práticas de abuso contra os menores de idade. Eles teriam recebido bens em troca da permissão para a emancipação de seus filhos.

Segundo o documento, ao qual o Terra teve acesso, o Ministério Público (MP) entendeu que os responsáveis legais eram coniventes em troca de valores mensais, aparelhos celulares e imóveis, e assim estariam consentindo com as práticas do investigado.

Ainda que os adolescentes sejam emancipados, por serem menores de idade, continuam protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Sendo assim, foi definida uma medida protetiva para afastá-los de Hytalo e das famílias coniventes com os abusos. Eles foram encaminhados para a casa de parentes ou para abrigos. 

FONTE: Redação Terra